quarta-feira, março 18, 2009

Um lugar do caralho!


Hoje estive em um local completamente sub-mundo. Vou começar falando da fachada. Eram tantas plantas, desordenadamente, entrelaçadas por entre as barras de uma grade enferrujada que se erguia até um telhado que abrigava uma varanda de, mais ou menos, dois metros e se desembocava em uma parede com uma porta de vidraça. Subia, tortuosa e em diagonal, uma rachadura Saindo da soleira da porta e chegando à quina de uma pequena janela.
Havia um corredor muito estreito à direita deste cenário que levava ao que parecia ter sido um barraco de fundos. Ao entrar no ambiente, podia-se ter a nítida impressão de estar pisando solo assolado pela guerra... Era húmido, abafado e com uma iluminação fraca, mesmo havendo espaços entres as telhas onde se podia facilmente ver o tempo lá fora e ainda se podia dizer com clareza quantas nuvens tampariam o sol ou quantas gotas de chuva estariam prestes a atingir sua testa.
Desciam paredes encardidas, com pintura descascada em alguns pontos e, em outros, o próprio reboco era o que se descolava dos tijolos. por fim, um chão porcamente cuspido, com resíduos químicos, cinzas e guimbas, fósforos riscados e mais cuspes.
Foram os 45 minutos mais densos e incômodos que já presenciei... Talvez tivesse mesmo clima pra ser um local de ensaio se fosse pra uma banda grunge, hard-core ou algo do gênero.
Aquilo que vi não era, nunca foi e nunca será um ambiente suficientemente saudável pra mim. Definitivamente não farei uma segunda visita, mesmo tendo sido cordial ao dizer Até mais, brother.

Acredito no poder da música, na interação que ela pode proporcionar, mas que seja uma interação limpa, sem dependências, sem excessos...

Nem tudo precisa ser um décadence avec davantage décadence (decadência com muito mais decadência). Ser porra louca já tá pra lá de fora de moda!

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